Música sertaneja passou 2012 entre tapas e beijos


André Piunti
Do UOL, em São Paulo
  • Arte UOL
    Michel Teló, Gusttavo Lima, Paula Fernandes e Leonardo: crises e sucessos em 2012
    Michel Teló, Gusttavo Lima, Paula Fernandes e Leonardo: crises e sucessos em 2012
O ano de 2012 se encerra para a música sertaneja como um período de consolidação. Sertanejos dominaram os programas de televisão, reforçaram o poder nas rádios e houve ainda quem reafirmasse destaque no exterior, a exemplo de Michel Teló e Gusttavo Lima. O "Camaro Amarelo", o "Eu Quero Tchu, Eu Quero Tcha" e o "Lê Lê Lê" viraram hits nacionais, cantores investiram em casas noturnas dedicadas ao tema e o estilo musical atingiu uma hegemonia até então inédita.
Por outro lado, contrastando com as marcas positivas, o clima de "paz e amor" tão zelado pelos artistas saiu de cena em alguns momentos por conta de depoimentos polêmicos, desabafos e brigas judiciais que ganharam destaque na mídia. E, assim, mostraram que nem tudo são flores dentro da nova música sertaneja. Relembre os altos e baixos que aconteceram para o gênero em 2012. 

HITS-CHICLETES DOMINARAM AS PARADAS SERTANEJAS EM 2012

"Ai Se Eu Te Pego" - Michel Teló
"Eu Quero Tchu, Eu Quero Tcha" - João Lucas e Marcelo
"Bara Berê" - Cristiano Araújo
"Le Le Lê" - João Neto e Frederico
"Balada Boa" - Gusttavo Lima
"Gatinha Assanhada" - Gusttavo Lima
"Camaro Amarelo" - Munhoz e Mariano
Sucesso sertanejo no exterior 
A primeira turnê europeia de Michel Teló deu o pontapé inicial para o sucesso da música sertaneja no exterior. No final de fevereiro, o cantor saiu do Brasil com dez shows marcados em sete países. A repercussão de "Ai Se Eu Te Pego" lá fora surpreendeu Teló, e as reações do público estrangeiro foram registradas em um documentário sobre ele, exibido no canal Multishow. No final do segundo semestre, Teló passou por outras duas experiências inéditas: se apresentou no Grammy Latino, ao lado do Blue Man Group, efez um show na Rússia.
E quem apostava que "Ai Se Eu Te Pego" seria um sucesso isolado dos sertanejos com o público estrangeiro, enganou-se. No segundo semestre, o nome de Gusttavo Lima apareceu no topo da parada da Billboard latina com "Balada Boa", como a música mais tocada nas rádios latinas dos Estados Unidos. Ao longo do ano, Gusttavo também se apresentou fora do país, em turnê que passou pelos Estados Unidos, Europa e México.
A ala feminina foi representada por Paula Fernandes que, após encerrar 2011 com o CD/DVD mais vendido do país, foi testar sua popularidade em Portugal. E, lá, figurou entre os três artistas mais vendidos do país. "Eu nunca imaginei que pudesse ser desse jeito. Sabia das vendas, que o disco era sucesso, mas cheguei lá e as pessoas me reconheciam. Entrei pra fazer o show e não aguentei, chorei vendo a casa lotada de portugueses cantando o meu repertório inteiro", disse ela ao UOL.
A tacada mais ousada, no entanto, foi de Jorge e Mateus que, em setembro, gravaram um DVD no Royal Albert Hall, tradicional casa de espetáculos em Londres. A dupla fez um registro dos seus maiores sucessos na breve carreira de sete anos, apenas dois meses após ter gravado um outro DVD de inéditas em Jurerê Internacional (SC). À época, Mateus negou que tivesse intenção de concorrer a projeção no exterior com outros sertanejos. "O projeto é para celebrar nossa carreira e dar um presente para nós mesmos e para os nossos fãs. Não estamos pensando em concorrer com ninguém, estamos só pensando na nossa carreira".

O MAPA DOS SERTANEJOS PELO MUNDO

Da música aos negócios
Os cantores também deram seus pulos na seara dos negócios. Depois de Sorocaba e Jorge e Mateus consolidarem suas casas noturnas em São Paulo, destinadas à elite paulistana, Luan Santana decidiu ser sócio da Outlaws, ao lado do empresário Marcus Buaiz.
A dupla Marcos e Belutti abriu a Brooks, também em São Paulo. Michel Teló, por sua vez, não ficou pra trás: entrou como sócio em uma filial da Wood's em Campo Grande, cidade na qual se criou.
Declarações polêmicas
O clima de paz e amor na música sertaneja foi abalado quando, em julho, o cantor Jorge, da dupla com Mateus, deu sua opinião sobre o ambiente de trabalho. Sempre avesso a polêmicas e na posição de primeira voz de uma das duplas mais consagradas, o cantor declarou que "o mercado sertanejo é podre", chegou a dizer que tem "nojo" e que se incomoda bastante com a política do "tapinha nas costas". Sem citar qualquer nome, a declaração caiu como uma bomba no meio. Ele foi apoiado de forma calorosa por fãs e por boa parte dos artistas, mas houve quem não gostasse nada das declarações.
Na edição de aniversário da "Revista Sexy", em novembro, Zezé Di Camargo rebateu o assunto. "O Jorge não pode falar isso porque sabe o que acontece dentro do escritório dele", disse ele, dando a entender que a empresa  do cantor também seria responsável por atitudes criticadas em meio às declarações. "Não foi uma questão pessoal. Respondi uma pergunta sobre algo que eu não concordo. Acho que ele não podia falar certas coisas sendo que ele faz parte de um escritório conhecido no meio", continuou Zezé.
As críticas à música sertaneja não ficaram ilesas. Também em julho, durante uma série de entrevistas para promover o novo DVD, o cantor Victor, da dupla Victor e Leo, não aliviou. "A realidade é que, no momento, o sertanejo vai muito mal, completamente em baixa. O momento  é caótico. O termo sertanejo está lá em cima, mas a música está lá no chão". Cinco meses depois, foi a vez do irmão se manifestar, e Leo afirmou que "o mercado do show business no Brasil é uma prostituição absoluta".

Em outro momento de desabafo, Gusttavo Lima criticou, pelo Twitter, os "puxa sacos" do meio sertanejo. Sem também citar nomes, o cantor publicou cinco mensagens atacando os "bajuladores". Mesmo com a repercussão, ele evitou comentar para quem direcionou o recado. "Chega uma hora que você percebe que tem muita gente que só chega em você para conseguir alguma coisa. Não te vê como uma pessoa, vê o artista Gusttavo Lima e acha que ali tem uma oportunidade de tirar alguma vantagem. E para isso ficam puxando o saco, bajulando, e chega uma hora que isso começa a incomodar", disse ele.
Michel Teló também foi alvo do descontentamento dos sertanejos. Ele criticou o Ministério da Cultura por não aprovar seu pedido de incentivo via Lei Rouanet para ajudar nos custos do documentário "Michel Teló no Mundo". Após a repercussão, Teló disse que estava apenas defendendo um direito que é de todo artista.
Em novembro, mais uma polêmica: Munhoz e Mariano deixaram o recinto de um rodeio em Americana (SP), no qual se apresentariam, alegando que o horário combinado estava atrasado em mais de duas horas. A organização do evento tratou o caso como "estrelismo"; a dupla, como "falta de respeito".

Caldas Country Show 2012

Foto 22 de 54 - De óculos escuros e camisa rosa choque, Gusttavo Lima se apresenta na primeira noite do Caldas Country Show, em Caldas Novas (16/11/2012) Programado para subir ao palco às 3h50, o cantor pediu para que os colegas Fernando e Sorocaba adiantassem a apresentação da dupla, já que ele estava chegando de outra cidade, e só conseguiu entrar em cena às 6h25 MaisCláudio Augusto/Foto Rio News
Enquanto isso, na sala de Justiça...
A disputa judicial envolvendo Paula Fernandes e a Talismã, empresa da qual o cantor Leonardo é um dos donos, ganhou notoriedade pública. Paula decidiu encerrar sua parceria com a produtora, alegando que seu contrato acabaria em dezembro deste ano. A Talismã, na Justiça, ainda defende que o fim do acordo é apenas em 2014.
Os dois artistas tentaram colocar panos quentes no assunto, mas a situação vinha à tona em toda aparição pública deles. "A gente nunca tem controle sobre essas notícias, então precisamos tentar levar da melhor forma. Eu sempre tento explicar que tudo o que aconteceu é uma relação entre um artista e uma empresa. Já disse e repito que sigo admirando o Leonardo, e que toda essa situação é uma questão de negócios", defendeu Paula.
Michel Teló também se viu entre em polêmicas. Em vários momentos durante o ano, o cantor teve seu nome envolvido na briga judicial pelos direitos de "Ai Se Eu Te Pego". Em todas as vezes que foi citado, a assessoria do cantor informou que Michel é apenas intérprete, e não teria relação com os direitos autorais da música. No segundo semestre, outro caso: o cantor Leo Rodriguez acusou Teló de gravar sua canção "Bará Berê" sem autorização. A Som Livre, gravadora de Michel, respondeu confirmando que o cantor tem a autorização, e que Leo Rodriguez não é o verdadeiro compositor da canção.

MESMO CONDENADO, GENOINO TOMARÁ POSSE


Genoino assume dia 2 por Sponholz Mesmo condenado, Genoino tomará posse


por Sponholz exclusivo para o Humor Político

Os melhores apps para iPhone e iPad: dezembro de 2012 [vídeo]


Por Renan Hamann em 27 de Dezembro de 2012

Confira uma seleção de jogos e aplicativos incríveis para você passar o fim de ano se divertindo.

O ano está acabando, mas o Tecmundo não para! E nesta última semana de dezembro nós separamos os aplicativos e jogos mais legais para quem possui iPads e iPhones. Prepare-se para conhecer uma série de opções muito interessantes e equipe os seus portáteis para esse final de ano.

Apps

Google Maps (Grátis)

Finalmente foi liberado o aplicativo oficial de mapas da Google. A partir de agora, donos de iPads e iPhones não precisam mais sofrer com o app original do sistema operacional da Apple. O Google Maps funciona da mesma maneira que o sistema encontrado nos computadores, garantindo muita facilidade para quem precisa encontrar endereços e caminhos.

YouTube Capture (Grátis)

Se você tinha dificuldades para mandar seus vídeos até o YouTube, não precisa mais se preocupar com isso. A partir de agora, um app oficial da Google vai permitir que você realize gravações e uploads facilmente. Trata-se do YouTube Capture, que além de permitir a gravação rápida, ainda oferece alguns filtros para as imagens capturadas.

Facebook Poke (Grátis)

Cutucadores de plantão, não há mais motivos para sofrer. Agora, o iOS conta com um aplicativo criado pelo próprio Facebook que garante muito mais facilidade e opções para cutucar seus amigos na rede social. Com o Poke, você pode inclusive enviar vídeos e imagens para as pessoas, indo muito além da fria “cutucada” de antes.
Os melhores apps para iPhone e iPad: dezembro de 2012 [vídeo]

SIMET (Grátis)

Está querendo testar a qualidade da conexão da sua internet? Então você precisa experimentar o novo aplicativo SIMET, criado pelo Sistema de Medição de Tráfego Internet. Com ele, você pode ter detalhes completos sobre o desempenho da sua rede, incluindo as velocidades de download e upload e medições de latência, o famoso Ping.

Katapakote (Grátis)

Sites de rastreio são complicados e nem sempre mostram apenas o que os consumidores querem ver, o que torna a localização de suas encomendas muito mais trabalhosa. Mas, agora, com o Katapakote você terá muito mais facilidade nesse processo. Basta inserir os códigos de rastreio e ficar atento às atualizações enviadas pelo aplicativo.
Os melhores apps para iPhone e iPad: dezembro de 2012 [vídeo]

BrushFX (Pago)

Aplicar efeitos às imagens capturadas em seu smartphone ou tablet nunca foi tão fácil. Com o BrushFX, você pode realizar uma série de alterações nas fotografias que estiverem em seu aparelho. Além da aplicação de filtros pré-definidos, também é possível utilizar diversos pincéis para criar efeitos especiais nas imagens.

Jogos

Anomaly Korea (Pago)

Os criadores de Anomaly Warzone Earth voltam à App Store com o jogo Anomaly Korea. No novo título, os jogadores devem proteger territórios de inimigos poderosos e fazer com que todos sejam exterminados. Tudo no melhor estilo Tower Defense, contando ainda com gráficos muito interessantes que deixam a experiência ainda mais legal.

Pudding Monsters (Pago)

Pudding Monsters é o novo game da ZeptoLabs, a empresa que criou o jogo Cut the Rope. Neste novo título, você deve ajudar os pequenos monstros de pudim a se transformarem em uma gigantesca criatura. Será que você é capaz de vencer os quebra-cabeças impostos pelo jogo? Está na hora de provar que sim!
Os melhores apps para iPhone e iPad: dezembro de 2012 [vídeo]

PLAYMOBIL Piratas (Grátis)

Construa um acampamento pirata e consiga marinheiros para fazer com que sua tripulação de bucaneiros fique cada vez mais forte. Neste game, você deve controlar os bonecos de PLAYMOBIL para fazer com que os piratas e corsários mais perigosos do mundo sejam derrotados. Prove que você é capaz de derrotar o lendário Barba Negra e torne-se o dono dos sete mares.

Leps World 2 (Grátis)

Ideal para os fanáticos por games de plataforma, Lep’s World 2 é muito parecido com os jogos da série Mario Bros. No lugar de um encanador italiano, você deve controlar um simpático leprechaun que precisa enfrentar uma série de desafios que estão dispostos pelas várias fases do título. Ajude o duende irlandês a cumprir seus objetivos.
Os melhores apps para iPhone e iPad: dezembro de 2012 [vídeo]

Scribble Hero

Ajude o simpático herói Sketch a vencer uma grande gama de inimigos que estão espalhados pelos cenários de Scribble Hero. Todo o jogo se baseia em um caderno e é nele que você deve controlar o protagonista da aventura. Faça com que ele consiga resgatar a namorada, que acabou de ser sequestrada por bandidos poderosos.


Por que a economia do Brasil não decola ?


Cristo Redentor (Foto Riotur)
Brasil deixou de ser unanimidade após desaquecimento
Até 2011, a imprensa e mercados internacionais pareciam tomados por um grande entusiasmo em relação ao crescimento brasileiro. "O Brasil decola", anunciou em 2009 a revista britânica The Economist, fazendo um diagnóstico que, à época, parecia ser unanimidade.
A recente polêmica aberta em um artigo da mesma Economist chamava a economia brasileira de "criatura moribunda" - e anunciava: "O Brasil despenca" - dá a medida de como o clima mudou em relação ao País em 2012.

Entre as causas centrais da mudança está a desaceleração econômica dos últimos dois anos. De 2004 a 2010 o PIB brasileiro cresceu a uma média de 4,5%, alcançando, em 2010, os 7,5% que encheram os olhos dos mercados e investidores."Este foi o ano em que passamos de uma 'brasilmania' - um grande entusiasmo no exterior em relação ao Brasil - para uma visão mais realista e cética sobre o potencial do País. Agora, na imprensa e entre os mercados e investidores há muita incerteza sobre os rumos que a economia brasileira tomará a partir de 2013", disse à BBC Brasil Marcos Troyjo, diretor do BRICLab da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
A expansão mais modesta do ano passado - de 2,7% - foi interpretada por analistas como um ajuste sobre o ano anterior, em que o PIB havia crescido mais que seu "potencial" estimado, de 4%.
O que explica, então, a alta de apenas 1% esperada para 2012? Ou o que freou tão bruscamente o crescimento brasileiro - em um contexto em que, ainda por cima, o desemprego está historicamente baixo?
Em um momento em que o governo brasileiro se esforça para garantir que o país retome o crescimento acelerado - com mudanças no câmbio, pacotes de incentivo fiscal e queda dos juros - economistas estrangeiros e brasileiros de prestígio responderam essa questão para a BBC Brasil e opinaram sobre o que é preciso para a economia voltar a alçar vôo em 2013.

Consensos e divergências

Alguns pontos parecem consensuais. Por exemplo, os baixos níveis de investimento são apontados como fator central do desaquecimento.
Como alguns analistas ressaltam, o aumento dos gastos do governo e a expansão da classe média brasileira impulsionaram o consumo nos últimos anos - mas os empresários não têm investido o suficiente, criando uma insuficiência de oferta.
No Brasil, o nível de investimento ronda os 18% do PIB, contra quase 50% da China e pouco mais de 30% da Índia. No Peru, Chile e Colômbia a taxa ronda os 25%.

Indústria têxtil (Agência Brasil)
Apesar de aumento no consumo, empresários brasileiros investiram pouco
A sobrevalorização do real, que mina a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, e problemas estruturais, como excesso de burocracia, gargalos de infra-estrutura e falta de investimento em educação e na formação de mão-de-obra também são apontados como freios do crescimento em 2012, além do acirramento da crise global e desaquecimento da China.
O governo está tentando atacar alguns desses entraves com medidas como cortes dos juros (para 7,25%) e a queda do real. "Mas tal ajuste só terá resultados no médio e longo prazo, porque os empresários levam tempo para refazer seus planos", diz Antônio Prado, da CEPAL.
Entre as diferenças de pontos de vista dos entrevistados algumas se referem às causas do desaquecimento. Por exemplo, um grupo atribui mais peso a fatores externos, enquanto outros veem exagero no cálculo do contágio.
Há também uma ampla variação nas receitas para o crescimento. Alguns defendem mais abertura e menos intervenção. Outros pedem políticas industriais mais ambiciosas. Confira algumas dessas propostas abaixo:

Jim O'Neill - Reformas microeconômicas

Economista da Goldman Sachs, criador do termo BRIC
É importante entender que a taxa de crescimento anual do Brasil é bastante volátil. Na década em que a média de crescimento chegou perto dos 4% houve 3 anos em que a expansão do PIB ficou abaixo dos 2%.

JIm O´Neill (Foto Getty Image)
JIm O'Neill é otimista sobre retomada do crescimento em 2013
O Brasil desacelerou por dois motivos em 2011 e 2012. Primeiro, a redução do crescimento da China e dos preços de algumas commodities. Segundo, a sobrevalorização do real, que complicou o desafio do Brasil para ganhar competitividade. Mas no último trimestre, não fosse por uma estranha queda no setor financeiro, o crescimento anualizado seria de 4%, então acho que será mais forte a partir de agora.
Para assegurar um crescimento igual ou maior que 4%, o Brasil precisa de melhores condições financeiras (evitando uma nova valorização do real) e reformas focadas no lado da oferta. A macroeconômia tem ido na direção certa, mas é preciso mais reformas microeconômicas.

Michael Reid - Menos burocracia e arbitrariedade

Editor para América Latina da The Economist
É verdade que o ambiente externo tem sido um desafio. Mas com que países o Brasil quer se comparar? Com a Europa? Basta olhar para a América Latina e os BRICs para ver que o desempenho recente do Brasil é pobre.

Michael Reid

"Com que países o Brasil quer se comparar? Com a Europa? Basta olhar para a América Latina e os BRICs para ver que o desempenho recente do Brasil é pobre."
Alguns motores do crescimento de 2004-10 enfraqueceram. As commodities já não estão subindo e os consumidores precisam pagar suas dívidas. O Brasil se trancafiou em um bloco comercial protecionista e de baixo crescimento - o Mercosul, e fez pouco para abrir novos mercados. Mas o que mais decepciona é a queda dos investimentos. O setor público não tem melhorado a execução de projetos e investidores privados parecem estar preocupados com o risco de mudanças regulatórias ou de políticas.
Outros países latino-americanos acabaram com uma burocracia estúpida que dificultava a vida das empresas. Por que o Brasil não faz o mesmo? Como a presidência já reconheceu, mobilizar investidores privados em projetos de infra-estrutura é crucial. Mas o governo precisa ser mais consistente ao atrair investidores, oferecendo a eles uma taxa de retorno razoável.
Simplificar a estrutura tributária brasileira e reformar leis trabalhistas leva tempo, mas o governo poderia anunciar planos claros para lidar com essas questões.

Marcos Troyjo - Novo modelo de crescimento

Diretor do BRICLab da Universidade de Columbia
Há exagero na avaliação do peso dos fatores externos sobre o desaquecimento brasileiro. O Brasil é uma economia relativamente fechada. As exportações representam 10% do PIB e o peso da China é de 2%. Por isso, o efeito direto do desaquecimento chinês é mais limitado do que muitos acreditam, embora haja também o efeito indireto, relacionado a uma mudança de expectativas.
Marcos Troyjo (Foto Arquivo Pessoal)
Para Troyjo, Brasil precisa de reformas estruturais
Houve no Brasil um problema de oferta. O País cresceu recentemente com um modelo focado nos altos índices de consumo e gastos do governo. Isso gera crescimento de curto prazo, mas não desenvolvimento. Para crescer mais de 4%, o Brasil precisa investir 23% do PIB no mínimo.
A queda dos juros foi bem-vinda, mas ainda é preciso fazer reformas estruturais: reduzir a burocracia para a abertura de negócios e os gargalos de infra-estrutura; investir mais em inovação e formação de mão de obra.

Antonio Prado - Política Industrial efetiva

Secretário-executivo adjunto da CEPAL
Houve uma queda muito importante do nível de atividade da indústria - em parte por causa da sobrevalorização do real, que barateou as importações e desestimuliou a produção local. Isso levou a uma inconsistência entre a política industrial e política macroeconômica.
Por isso, mudança na taxa de câmbio e de juros era necessária, mas deve demorar para mostrar resultados. Empresas que já tinham contratos de compras de insumos e dívida em dólar devem ser prejudicadas no curto prazo com a desvalorização, mas no médio e longo prazo o Brasil ganha competitividade.
O País já está fazendo um esforço grande para levar adiante mudanças estruturais e deve continuar nesse caminho. . Medidas como o controle de fluxos especulativos financeiros também são importantes.

Pablo Fajnzylber - Parcerias público-privadas

Principal economista do Banco Mundial para o Brasil

Antonio Prado

"O Brasil precisa estimular o desenvolvimento de novos setores e setores de alta tecnologia"
Após crescer 0% em 2009, o Brasil implementou um política fiscal e monetária anticíclica que lhe permitiu crescer 7,5% em 2010. Mas pressões inflacionárias levaram a um aperto da política monetária até agosto de 2011, quando incertezas globais motivaram um novo ciclo de estímulo.
O impacto desse afrouxamento precisa de tempo para se materializar. A parcela das rendas familiares comprometida com dívidas está alta. O investimento continua baixo refletindo uma incerteza sobre o cenário global e doméstico. Além disso, muitas indústrias sofrem com custos elevados de mão de obra.
No longo prazo, é preciso elevar o PIB potencial do país. A produtividade e o nível de investimento precisam subir. O setor público deve concentrar investimento em atividades que aumentam a produtividade do setor privado, como educação e infra-estrutura, continuando a fazer parcerias com o setor privado em áreas em que o último tem vantagens comparativa como transportes.

Edward C. Prescott - Mais competição e abertura

Prêmio Nobel de Economia
O sistema político deve estar bloqueando mudanças e tomando medidas para manter o status quo. É preciso fazer mudanças para progredir, mas ao que parece a nova presidente não é tão habilidosa como Luiz Inácio Lula da Silva, que foi capaz de manter o apoio dos brasileiros permitindo uma mudança.

Notas de reais (Foto Reuters)
Industria brasileira reclama de real forte
O Brasil precisa criar um ambiente em que grupos de brasileiros talentosos possam se juntar e levar adiante iniciativas empreendedoras. Mais competição entre os Estados e mais abertura para o resto do mundo poderia ajudar nesse processo.

Luiz Carlos Bresser-Pereira - Política cambial eficiente

Ex-ministro da Fazenda
A economia brasileira está crescendo menos que o esperado principalmente devido à grande apreciação cambial que ainda subsiste. Os anos 2000, como os anos 90, foram marcados pela tendência à sobrevalorização crônica e cíclica da taxa de câmbio. O dólar caiu de R$ 3,95 em 2003 para R$ 1,65 em 2010.
Com isso, as indústrias deixaram de exportar. Elas sobreviveram graças à política distributiva do governo, que aumentou o mercado interno e explica as taxas de crescimento do segundo mandato de Lula. Mas com o tempo, seu mercado foi capturado por manufaturados estrangeiros.
O essencial agora é continuar a depreciar o real até que ele chegue ao nível de "equilíbrio industrial", de R$ 2,70 por dólar, que torna competitivas as empresas brasileiras de manufaturados. Para exportadores das commodities, que originam a "doença holandesa" (sobrevalorização da moeda de países com recursos naturais abundantes), R$ 2,00 por dólar está bom.

Ashton Kutcher é o ator mais bem pago da TV segundo lista da Forbes


Ashton Kutcher não só tirou o lugar Charlie Sheen em uma das séries mais assistidas da TV como também desbancou Sheen como o ator mais bem pago das telinhas. Até 2010, Sheen estava no topo da lista da Forbes com o maior salário da televisão ganhando aproximadamente 40 milhões de dólares. Agora, entre 2011 e 2012, Kutcheraparece como número um, mas com o salário bem menor, de 24 milhões de dólares por causa da série Two and a Half Men.
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Hugh Laurie ficou em segundo lugar com 18 milhões de dólares graças ao seu papel de rabugento Dr. Gregory House na série House. Empatado com ele está Ray Romano que, apesar de ter sua série Men of a Certain Age cancelada, também recebeu 18 milhões de dólares (contando com o salário recebido por conta das reprises de Everybody Loves Raymond). Confira a lista completa abaixo:
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1. Ashton Kutcher – US$ 24 milhões
2. Hugh Laurie – US$ 18 milhões
2. Ray Romano – US$ 18 milhões
4. Alec Baldwin – US$ 15 milhões
4. Mark Harmon – US$ 15 milhões
6. Tim Allen – US$ 14 milhões
7. Jon Cryer – US$ 13 milhões
8. Patrick Dempsey – US$ 12 milhões
9. Jason Segel - US$ 8 milhões
9. Jim Parsons – US$ 8 milhões
9. Johnny Galecki – US$ 8 milhões
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Fonte: Entertainment Weekly

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