Nova mamadeira para peixes-boi pode agilizar reabilitação de animais


Equipamento criado por veterinário facilita amamentação de filhotes.
Método evita contato humano e pode agilizar reintrodução na natureza.

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O cuidado com filhotes de peixes-boi-da-Amazônia (Trichechus inunguis) em cativeiro pode ganhar um novo impulso com a criação de um equipamento que evita o contato dos animais com humanos,  acelerando a reabilitação mamíferos aquáticos para retornar à natureza.
O que era apenas um experimento do veterinário Augusto Bôaviagem, se tornou instrumento indispensável no tratamento da espécie. Ele desenvolveu uma “mamadeira subaquática”, equipamento colocado em uma haste e mergulhado em tanques com os animais, fornecendo fórmula láctea a filhotes de peixe-boi ainda em fase de amamentação que foram encontrados abandonados.
Integrante do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, de Tefé (AM), Bôaviagem percebeu que os exemplares da espécie amazônica eram arredios e viu que os profissionais que trabalham na reabilitação deles tinham muita dificuldade em tratá-los.
“Eles são muito resistentes aos seres humanos e não conseguem usar a mamadeira. Nestes casos, são implantadas sondas para evitar a inanição, mas isto não é aconselhável”, disse.
O motivo deste comportamento é devido à caça predatória que a espécie sofre na Amazônia. “O filhote presencia a mãe sendo morta pelo caçador e fica traumatizado. Quando vai para a reabilitação, e entra em contato novamente com humanos, ele não sabe se isso será bom ou ruim. Esta adaptação demora”, afirma.
Mamadeira subaquática facilita alimentação de filhotes de peixe-boi e evita contato de animais com humanos (Foto: Divulgação)Novo tipo de mamadeira facilita alimentação de filhotes de peixe-boi e evita contato de animais com humanos (Foto: Divulgação)
Cobaia
O método já utilizado com exemplares de peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) em centros de animais localizados na Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte. O equipamento despertou o interesse de pesquisadores internacionais devido à redução do contato com humanos.
“O mínimo de contato deve ocorrer durante os processos de reabilitação, que duram cerca de três anos. Em média, cada filhote recebe cinco mamadeiras diárias. Se a cada refeição o tratador evitar o contato, é possível evitar também risco de transmissão de doenças para os espécimes”, afirma o veterinário.

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